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Uma visão ESG para a indústria espacial

Com grandes contribuições para o ESG, como a coleta de dados florestais, o rastreamento de epidemias e guerras, o setor espacial está estruturando seus próprios impactos e levantando desafios.

Por: ABRASAT – Associação Brasileira das Empresas de Telecomunicações por Satélite | 27 julho 2022.

ESG – Environmental, Social and Governance – os critérios de conduta para que as empresas tenham maior governança ambiental, social e corporativa, já é um conceito muito ligado à indústria espacial. É inegável o papel fundamental que as empresas do setor espacial desempenham na manutenção de um futuro mais sustentável.

Contexto ESG espacial

Trata-se de um setor que realiza contribuições significativas para combater mudanças climáticas, degradação do meio-ambiente e para a solução de muitos desafios como rastrear epidemias ou documentar crimes de guerra. A observação terrestre proporcionada pelos satélites é essencial para entender nosso planeta e sua complexidade. O boom de dados coletados do espaço e a análise geoespacial associada, podem reorientar a visão sobre desmatamentos, incêndios florestais, ou as perspectivas de mercado sobre como abordar as finanças sustentáveis nos próximos anos.

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Apesar disso, as empresas do setor espacial também precisarão ter uma visão holística sobre os impactos de suas operações para a Terra e para o espaço. Assim como vem crescendo o nível de observação em torno da sustentabilidade de diversos setores, existem questões relacionadas ao setor espacial que precisarão ser tratadas de forma transparente com as partes interessadas à medida que o setor evolui.

A sustentabilidade e a dinâmica ESG do setor espacial está se estruturando. Principalmente porque o rápido dimensionamento de empresas e tecnologias espaciais poderá levar a potenciais impactos ambientais de atividades operacionais ou de fabricação na Terra, emissões de lançamento e outras questões como o crescente risco de incidentes no espaço decorrentes de resíduos espaciais.

A implementação de políticas de ESG na indústria espacial e de satélites vai depender, segundo especialistas, de algumas condições. Entre elas, será necessário melhorar o rastreamento e compartilhamento de dados entre operadores do espaço. Por exemplo, dados críticos sobre posições e movimentações de satélites. Isso promove operações responsáveis para reduzir a probabilidade de colisões e lixo espacial, tornando as operações espaciais mais seguras e confiáveis.

Desafio da prática predatória espacial

Também será importante a implementação de normas para assegurar uma operação espacial responsável, principalmente no que se refere à operação de satélites de baixa órbita. O risco da exclusão orbital como resultado de práticas predatórias que possam vir a ser eventualmente praticadas por determinados operadores de satélite comerciais e governamentais, precisa ser combatido.

No Brasil, há pouco mais de um mês, o presidente da Anatel, Carlos Baigorri, confirmou que a Agência pretende levar à Reunião Plenipotenciária da UIT, que acontece a partir de 26 de setembro, na Romênia, uma proposta para que a entidade assuma o papel na regulação da ocupação do espaço por constelações de satélite de órbitas média (MEO) e baixa (LEO).

A iniciativa decorre da constatação de que tem havido um processo de ocupação destas órbitas sem que os governos locais tenham mecanismos de assegurar o acesso de outros atores ao espaço no futuro, como relata matéria do site Teletime. O tema ganhou relevância com o avanço de grandes constelações de satélite. Além dessas condições, a FTI Consulting, empresa global de consultoria de negócios, listou algumas tendências ESG que o setor espacial deve manter no radar.

Uma delas é que o posicionamento em relação à ESG se tornará cada vez mais importante nas compras governamentais. Um exemplo dessa tendência é a orientação do presidente Biden, de dezembro/21, às agências federais, incluindo o Departamento de Defesa e a NASA, de buscar emissões líquidas zero em compras. Com os clientes do governo federal interessados em melhorar o desempenho ambiental de suas operações, as empresas espaciais têm uma oportunidade única de se diferenciar dos concorrentes, demonstrando sua liderança em ESG e sustentabilidade.

Ainda nos EUA, a regra proposta recentemente pela Comissão de Valores Mobiliários exige que as empresas públicas sejam mais transparentes ao relatar sua pegada de carbono e os impactos previstos das mudanças climáticas em seus negócios. Espera-se que esses requisitos de transparência mais rígidos deem aos investidores mais informações para fundamentar suas decisões e responsabilizem as empresas por suas contribuições às mudanças climáticas. A regra afetará o setor espacial tão criticamente quanto qualquer outro.

ESG para atração de talentos

Outra tendência observada pela FTI Consulting é que o ESG está rapidamente se tornando um diferencial competitivo para recrutamento e retenção de talentos. Empresas com forte desempenho ESG levam vantagem na hora de reter pessoal e atrair novos talentos em um mercado de trabalho competitivo para os empregadores. Uma pesquisa recente da TalentLMS e BambooHR LLC revelou que 58% dos funcionários da Geração Z querem que sua empresa seja mais responsável com o meio ambiente, e 68% acham importante trabalhar em uma empresa que está ativamente comprometida com causas sociais.

Como se vê, as questões ligadas ao meio-ambiente, ao social e à governança devem ser endereçadas em qualquer tipo de indústria ou segmento de negócio. E, apesar de desafiadoras, podem representar uma vantagem a longo prazo, na medida em que criam valor para a sociedade.

Fonte: ABRASAT.

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Lenah Sakai

Ex-atleta, green fellow (vegetariana, minimalista), trabalhando duro para tornar as organizações, os maiores impactadores do planeta, mais responsáveis. Formada em administração pela PUC-SP, há +10 anos atua em negócios e sustentabilidade. Fundadora do Green Business Post, co-fundadora da Ignitions Inc., do movimento Cultura Empreendedora, do DIRIAS, 1ª associação de direito digital do Brasil e da ABICANN, 1ª associação das indústrias de cannabis do Brasil. Hoje é gestora de uma rede de 5 milhões de pessoas do ecossistema empreendedor nacional e internacional.

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