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Inseto traz solução para a escassez de água no mundo

Estufa de água do mar pode ser a melhor solução para 25% da população que não tem acesso à água potável e quase 50% de pessoas que não tem saneamento básico.

Por: Lenah Sakai | Green Business Post | 11 set 2023 | Google News | Youtube.

Resumo para aqueles que tem pressa:

  • O besouro da Namíbia que captura água de neblinas inspirou novas formas de capturar água no deserto do Sahara e outras regiões.
  • A dessalinização da água do mar por meio de processo simples de vaporização utilizando apenas energia solar possibilita uma agricultura diferenciada em ambientes áridos.
  • Tecnologias para condensar a água do mar beneficiam ambientes improdutivos e podem ser usados para criar um ecossistema mais verde e combater a desertificação.

O besouro da Namíbia, que vive no deserto no sul da África, possui uma forma peculiar de capturar a água para seu consumo. Quando há neblina, ele sobe no topo das dunas de areia e ergue sua casca para que ela sirva de condensador da água que está no ar. As pequenas gotículas vão se acumulando e escorrem para a boca do animal.

Essa descoberta inspirou projetos de agricultura e revegetação do ambiente desértico, como no Sahara. O Sahara Forest Project, por exemplo, combina o uso de água do mar e a condensação dela como forma de alimentar um ciclo de irrigação e umidificação do ambiente desértico. Isso possibilita a agricultura e a áreas produtivas e verdes no lugar de somente areia.

A água em forma evaporada é pulverizada nas plantações e é criada uma condição mais favorável para as plantas crescerem. A água do mar também é condensada para irrigar o cultivo (claro que a água destilada é tratada para se tornar própria para a agricultura e para o consumo humano). Além da agricultura, toda a umidade gerada acaba impactando positivamente no entorno, criando condições de oásis para que vegetações cresçam.

Esse processo chamado de Seawater Greenhouse Technology (Tecnologia da Estufa de Água do Mar) está transformando o deserto em solo fértil, áreas verdes e ar mais fresco e úmido. Até o ciclo da água está se restaurando.

O processo possui custo reduzido já que ele utiliza apenas de recursos próprios: energia solar e água do mar. Isso reduz riscos de depender da flutuação de preço de combustíveis fósseis.

E a água potável produzida excede a necessidade das estufas. Elas podem ser comercializadas para desenvolver regiões próximas, além de poder irrigar o ambiente no entorno. O sal gerado também pode ser comercializado para o consumo doméstico, como pode ser visto nas imagens da Somália ao final.

Como funciona a estufa de água do mar

As estufas de água do mar utilizam a luz solar, a água do mar e o ar ambiente para produzir água doce e ar mais fresco e úmido, para cultivar culturas hortícolas em zonas costeiras remotas e áridas, ou noutras regiões com águas subterrâneas de elevada salinidade, inadequadas para a produção agrícola.

O ar que entra na estufa é puxado através de almofadas evaporativas com água salgada escorrendo sobre elas. A evaporação da água do mar resfria o ar quente para criar condições frescas e úmidas na estufa.

Os três tipos de trocadores de calor usados ​​em uma estufa convencional de água do mar:

  1. Toda a parede frontal da estufa, voltada para o vento predominante, é um evaporador de água do mar. A parede consiste em um sistema tradicional de parede úmida, no qual a água do mar superficial escorre sobre uma treliça de papelão em favo de mel para resfriar e umidificar o ar antes que ele passe para a área de crescimento das plantas. Insetos, poeira, pólen e névoa salina são filtrados, purificando o ar. O ar frio, que recebe radiação solar na estufa, torna-se mais quente à medida que passa sobre as plantas na área de crescimento, enquanto capta umidade extra da evapotranspiração das plantas em seu caminho até a extremidade da estufa.
  2. O segundo evaporador, na extremidade da estufa, é semelhante a um sistema de parede úmida. A água quente do mar superficial, aquecida pelo sol enquanto flui através de um sistema de aquecimento solar acima das plantas, evapora, adicionando mais umidade na forma de vapor ao ar quente no final da área de crescimento e umedecendo o ar até a saturação. O sistema de aquecimento do telhado consiste em tubos de polietileno preto bem espaçados que removem seletivamente a radiação que não contribui para a fotossíntese. Este efeito de sombreamento ajuda a manter a estufa fresca para que as culturas possam crescer sob condições de muita luz sem queimar.
  3. O ar saturado do segundo evaporador passa através de um condensador usando água do mar fria mais abaixo. A umidade do ar saturado condensa nas superfícies externas do condensador na forma de água destilada pura. Este é recolhido e armazenado num reservatório onde são adicionados nutrientes para irrigar as plantas na estufa. O excedente de água destilada é usado para irrigar culturas que crescem fora ou sob redes de sombra, ou para água potável e outras aplicações domésticas.

Veja fotos da estufa de água do mar implantados em alguns países. Como é bom ver o desenvolvimento de países que conhecemos por serem desolados pela fome e a miséria.

O vídeo a seguir está em inglês. Caso queira contar com legendas, clique no ícone de engrenagem e em ‘legendas’ ative ‘legendas automáticas em inglês’, depois novamente em ‘legendas’, ‘traduzir automaticamente’ e selecione o idioma desejado.

Fonte: Sahara Forest Project, Nações Unidas, Valor, ONU Programa Ambiental, Helio SCSP. Imagens: Seawater Greenhouse, desenho do Bing em homenagem ao estilo de artistas da Namíbia.


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