EMBRAPA, a ‘NASA brasileira’, completa 50 anos
Livro homenageia a trajetória da principal responsável por combater a fome no Brasil e no mundo. A EMBRAPA se tornou referência global em avanço científico-tecnológico na agropecuária.
Por: Lenah Sakai | Green Business Post | 16 mai 2023 | Google News | Youtube.
As gerações mais novas não imaginam, mas o passado brasileiro era desolado pela fome. Mas em 1973, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA surgiu para resolver esse problema com o desenvolvimento da produção de alimentos.
Durante o Regime Militar (1964 – 1985), em 1969, foram feitas pesquisas econômicas para entender o problema agrário brasileiro e definir um plano de ação. Em 1972, iniciava a estruturação de um novo arranjo institucional de pesquisa com sanção presidencial. Em 1973, a EMBRAPA iniciava sua operação. Seu estatuto foi cuidadosamente pensado para impedir a apropriação das decisões estratégicas pelos políticos.
Com trabalhadores celetistas, a instituição evita se tornar cabide de empregos. Com isso, a EMBRAPA sempre foi conduzida por cientistas competentes e qualificados para o cargo.
A EMBRAPA atribui o sucesso de sua missão em duas premissas:
- Blindar a instituição de questões políticas;
- Garantir recursos e orçamento estável.
Na década de 1970, a EMBRAPA organizou um dos maiores programas de capacitação de recursos humanos, treinando 2 mil pesquisadores no exterior. Já na década de 1980 ela colhia seus primeiros resultados.
Veja alguns resultados do desenvolvimento do setor agropecuário brasileiro:
- Introdução de ciência e tecnologia na produção rural;
- Redução da pobreza rural;
- Redução drástica da fome;
- Aumento da segurança alimentar;
- Redução de preços dos alimentos;
- Aumento da qualidade dos alimentos;
- Melhores condições de trabalho no campo;
- Etc.
Em homenagem aos 50 anos da EMBRAPA, o livro ‘EMBRAPA na Agricultura Tropical‘ registra as conquistas científicas e seus reflexos no agronegócio no dia a dia dos cidadãos brasileiros e na vida dos consumidores dos 150 países impactados com os produtos brasileiros.
São 256 páginas com 180 imagens para retratar a mudança histórica brasileira. De séculos de baixa produtividade, insegurança alimentar e dependência de importação de alimentos, em apenas cinco décadas o setor agropecuário se transformava para sempre.
Custeada financeiramente por atores do setor, o projeto do livro contou com o conhecimento da equipe da EMBRAPA e do acervo da empresa. São mostrados os saltos evolutivos de diversos processos. Dentre eles: adubação, cultivo, pecuária, fruticultura, bioquímica, biogenética, agricultura de precisão e agricultura sustentável.

O livro é dividido em 9 capítulos:
- A criação da EMBRAPA
- Sistemas de Produção e Tecnologias Agrícolas
- Melhoramento Genético: A base da Evolução Agropecuária
- Frutas: Tecnologia Eleva A Qualidade, Produção e Produtividade
- Agricultura de Precisão: Uma Nova Métrica no Lugar dos Hectares
- Sistemas e Serviços da EMBRAPA: o Caso do Zarc
- Parceria é Tradição na EMBRAPA
- Tendências: Previsão, Precisão e Sustentabilidade
- A Ação dos Centros de Pesquisa e Sustentabilidade
Seu lançamento contou com a presença da atual presidente da EMBRAPA, Silvia Massruhá, a primeira mulher no comando da ‘NASA brasileira’.
Sílvia é graduada em Análise de Sistemas pela PUC Campinas, com mestrado em Automação pela Unicamp e doutorado em Computação Aplicada pelo Inpe. Natural de Passos (MG), ingressou na Embrapa em 1989, participando de importantes transformações da área de informática na agropecuária e chefiando a Embrapa Agricultura Digital, em Campinas (SP).
“É uma honra assumir a direção da Embrapa na ocasião tão especial dos recém-completados 50 anos. É também um marco na gestão da Empresa, que terá uma mulher na Presidência pela primeira vez. Um passo importante rumo a gestões cada vez mais igualitárias e inclusivas”
Silvia Massruhá
A imagem em destaque nesta matéria temos os autores e o editor do livro e a presidente da EMBRAPA. Da direita para a esquerda: Allen Duprê, Benê Cavechini, Silvia Massruhá, José Alfredo Vidigal Pontes, Moacir de Souza (atrás), Carlos Raices, Ronaldo Couto.
Fonte: EMBRAPA na Agricultura Tropical. Imagens: Silvia Massruhá e Wagner Marcelo.