AgronegócioComércioDestaqueGovernoIndústriaNacionalNotíciasNotíciasNotíciasNotícias

Agrotóxicos: projetos opostos são analisados

Um dos projetos libera o uso de mais pesticidas; o outro tem foco em alternativas biológicas

Duas propostas totalmente antagônicas têm provocado debates acalorados na Câmara dos Deputados sobre o uso dos agrotóxicos no Brasil.

O PL 6299/02 já está pronto para a votação no Plenário e facilita a liberação de novos pesticidas, mesmo sem testes conclusivos do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Já o PL 6670/16 tem foco nas alternativas biológicas e naturais de defensivos agrícolas por meio da criação da Política Nacional Redução dos Agrotóxicos, a PNARA.

Os debates em diferentes comissões especiais da Câmara reuniram especialistas com argumentos pró e contra as duas propostas.

O secretário de defesa agropecuária do Ministério da Agricultura, Luiz Eduardo Rangel, não vê risco de fragilização no processo de análise de risco dos pesticidas e defende a liderança do órgão no processo de registro de novos produtos.

“São produtos para uso no controle de pragas, por isso o Ministério da Agricultura hoje é o líder do processo de registro. Somos nós que definimos as prioridades a serem dadas no registro dos produtos, quais são as pragas mais relevantes para a agricultura nacional e qual desafio fitossanitário precisa ser superado”.

Já a pesquisadora do Instituto Nacional do Câncer (INCA), Márcia Sarpa, reforça a tese de que os agrotóxicos são “questão de saúde pública” devido aos efeitos cancerígenos e mutagênicos que provocam.

“A exposição a uma única molécula desse agente já é capaz de causar danos à saúde. Então, não existe limite seguro de exposição. É totalmente antiético deixar no mercado um produto que pode levar a malformações congênitas”.

“Desburocratizar o registro”
Entre os deputados, o debate assume cunho ideológico e também é influenciado por posições antagônicas, como a de ruralistas e ambientalistas, por exemplo. Um dos diretores da Frente Parlamentar da Agropecuária, o deputado Valdir Colatto (MDB-SC) afirma que as novas regras sobre pesticidas apenas desburocratizam o registro de novas tecnologias e ampliam a competitividade do agronegócio.

“Se você usar errado, o defensivo agrícola se torna veneno, tóxico. Assim como se você usar mal o sal e o açúcar, eles vão se tornar tóxicos para as pessoas. O Brasil é um país tropical e precisa desses defensivos, senão não colhe nada porque os insetos, as pragas e as doenças acabam com a lavoura”.

“Pacote do veneno”
Integrante da Frente Parlamentar Ambientalista, o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) classifica essas novas regras de “pacote do veneno”. Molon preside a Comissão Especial da Política Nacional de Redução de Agrotóxicos, que, segundo ele, traz alternativas eficazes para agricultura e principalmente para a saúde humana.

“Lamentavelmente, há um profundo desprezo pelo conhecimento científico que vem sendo produzido no Brasil. Queremos mostrar que o país pode produzir alimento em grande quantidade sem precisar, para isso, envenenar a população brasileira”.

Novos passos
Apesar de pronta para a deliberação final na Câmara, ainda não há previsão para a votação da nova legislação sobre pesticidas (PL 6299/02) no Plenário. Já o relator da proposta de Política Nacional de Redução de Agrotóxicos (PL 6670/16), deputado Nilto Tatto (PT-SP), quer promover novas audiências públicas sobre o tema nos estados.

Íntegra da proposta:

Fonte: Agência Câmara Notícias.

[amazon_link asins=’8551906356,B010EFFHYO,8573832746,6202037040,8539602636,B075WH6W89,B01A4SJN3M,8574741574,B01L7TMXPM,B076KJLQ4H’ template=’ProductCarousel’ store=’green-business-post-20′ marketplace=’BR’ link_id=’2a46e4c8-af9f-11e8-8a5f-4198b92d2e30′]

*As opiniões veiculadas nos artigos de colunistas e membros não refletem necessariamente a opinião do GREEN BUSINESS POST.

👍 REPUBLIQUE nosso conteúdo de acordo com a Collaborative Progress Licenseª!

👣 ACOMPANHE nossas redes no Everlink.

🫶 VALORIZE NOSSO TRABALHO:

  • 🔗Ao adquirir produtos por meio de links no site, você estará apoiando o autor/canal sem pagar nada a mais por isso.

Lenah Sakai

Ex-atleta, green fellow (vegetariana, minimalista), trabalhando duro para tornar as organizações, os maiores impactadores do planeta, mais responsáveis. Formada em administração pela PUC-SP, há +10 anos atua em negócios e sustentabilidade. Fundadora do Green Business Post, co-fundadora da Ignitions Inc., do movimento Cultura Empreendedora, do DIRIAS, 1ª associação de direito digital do Brasil e da ABICANN, 1ª associação das indústrias de cannabis do Brasil. Hoje é gestora de uma rede de 5 milhões de pessoas do ecossistema empreendedor nacional e internacional.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *