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Brasileiro quer ficar mais perto da natureza, diz pesquisa

Uma pesquisa do IBOPE Inteligência encomendada pelo WWF-Brasil sobre o que o brasileiro pensa sobre as áreas protegidas e o meio ambiente revela uma população que valoriza o meio ambiente, quer estar cada vez mais perto da natureza e acha que cuidar do verde é uma responsabilidade também do cidadão.

A coleta de dados foi realizada entre os dias 21 e 26 de junho de 2018 com pessoas de 16 anos ou mais, de diferentes classes sociais e com representatividade nacional. Esta é a segunda rodada da mesma pesquisa encomendada pelo WWF-Brasil em outubro de 2014.

Em 2018, o desmatamento e a poluição das águas continuam sendo vistos como as principais ameaças ao meio ambiente, com 27% e 26% de menções, respectivamente, praticamente o mesmo percentual de 2014.

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A pesquisa está sendo lançada no mês em que há o Dia da Amazônia, em 5 de setembro, e o Dia do Cerrado, em 11 de setembro, dois biomas ameaçados pelo desmatamento. Considerando os dados de monitoramento do Prodes 2017 divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a cada dois meses, uma área equivalente à cidade do Rio de Janeiro é desmatada na Amazônia (6.947 km²/ano). Já no Cerrado, a cada minuto é desmatada uma área equivalente a quase dois campos de futebol (7.408 km²/ano).

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A caça e a pesca ilegais, juntamente com as mudanças climáticas, ocupam o terceiro lugar na preocupação dos entrevistados (16%). Obras de infraestrutura, como hidrelétricas, rodovias e portos tiveram 15% de menções no ranking de maiores ameaças à natureza.

Segundo a pesquisa, nove entre dez brasileiros acreditam que a natureza não está sendo protegida de forma adequada. Em 2014, a porcentagem era de 82% para esta pergunta. A percepção sobe para 91% dos entrevistados em 2018.

A pesquisa, porém, nota que aumenta significativamente o percentual de entrevistados que atribuem aos cidadãos a responsabilidade por cuidar das unidades de conservação (parques, reservas, florestas nacionais). Em 2018, o número de brasileiros que pensam também ser atribuição dos cidadãos cuidar dessas áreas cresce 20 pontos percentuais em comparação com 2014, saltando de 46% para 66%.

Mas o governo segue como o principal responsável por essa tarefa, com 72% de citações. As ONGs aparecem em 3º lugar, com 23% dos brasileiros afirmando acreditar que as organizações civis devem atuar para defender a causa ambiental.

“A grande maioria espera maior compromisso do poder público na proteção da natureza e por uma melhor qualidade de vida. E uma solução depende da outra: estão intrinsecamente ligadas quando buscamos, por exemplo, melhor qualidade do ar e menos poluição da água”, afirma Mauricio Voivodic, diretor-executivo do WWF-Brasil. “A pesquisa mostra também que as pessoas acreditam que devem participar mais do cuidado com a natureza e se preocupam com o desmatamento, indicando que o apoio da população na defesa das áreas protegidas do país pode crescer”, completa Voivodic.

Orgulho nacional
Perguntados sobre os motivos que os brasileiros consideram razões de orgulho para o país, observa-se queda na avaliação da maioria dos atributos investigados entre as rodadas da pesquisa.  Em 2014 – quando se fez a mesma pergunta – 58% dos brasileiros entrevistados afirmavam sentir orgulho do meio ambiente e suas riquezas. Esse número cai para 39% em 2018.

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No entanto, os resultados da pesquisa de 2018 apontam que, apesar da queda na avaliação dos atributos relacionados às razões de orgulho para o país comparativamente a 2014, o meio ambiente e as riquezas naturais brasileiras continuam em posição de destaque para os entrevistados, com o total de 39% das menções.

Em seguida, foram citados a qualidade de vida (30%), a diversidade da população/cultura (26%) e o esporte (23%) como principais motivos de orgulho nacional. Uma das possíveis justificativas para a queda geral na avaliação dos atributos em relação a 2014 pode ser o momento negativo vivenciado no país em 2018.

Serviços ambientais
Quando apresentados a uma cartela indicando os possíveis benefícios (serviços ambientais) que as Unidades de Conservação geram para a sociedade, os entrevistados apontam a melhoria qualidade do ar (51%), proteção de nascentes e rios (45%) e proteção da diversidade de animais e plantas (44%) como principais vantagens.
Lazer (31%), geração de renda para a população local (26%) e fornecimento de madeira (8%) também são vistos com bons olhos. Em praticamente todos os itens, a porcentagem foi menor do que a que se viu em 2014 para a mesma pergunta.

Embora se confirme a valorização da natureza no cotidiano dos brasileiros observada em 2014, o desafio de maior conscientização e mobilização da população sobre temas ambientais se faz ainda mais necessário em 2018.

A correlação entre os benefícios das áreas de conservação com a “proteção da diversidade de plantas e animais” e a “proteção das nascentes e rios” são temas que ainda estão distantes da percepção do público em geral, pois além do baixo grau de conexão entre as áreas de conservação e esses tópicos, tais atributos apresentam queda comparativamente a 2014.

A valorização de lugares que tenham paisagens naturais ao viajar, na pesquisa de 2018, sobe 20 pontos percentuais para o total da amostra, se comparado à rodada anterior da pesquisa. Na atual edição, mais da metade da população permanece insatisfeita com as áreas verdes que possuem em suas cidades, embora costumem realizar atividades junto à natureza (52%).

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Fonte: WWF.

*As opiniões veiculadas nos artigos de colunistas e membros não refletem necessariamente a opinião do GREEN BUSINESS POST.

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Lenah Sakai

Ex-atleta, green fellow (vegetariana, minimalista), trabalhando duro para tornar as organizações, os maiores impactadores do planeta, mais responsáveis. Formada em administração pela PUC-SP, há +10 anos atua em negócios e sustentabilidade. Fundadora do Green Business Post, co-fundadora da Ignitions Inc., do movimento Cultura Empreendedora, do DIRIAS, 1ª associação de direito digital do Brasil e da ABICANN, 1ª associação das indústrias de cannabis do Brasil. Hoje é gestora de uma rede de 5 milhões de pessoas do ecossistema empreendedor nacional e internacional.

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