Negócios Orientados ao ESG+: Aproveitando a Lógica de Programação para Impulsionar a Sustentabilidade Corporativa

Capacitando empresas de todos os tamanhos a profissionalizar mais facilmente sua governança corporativa, social e ambiental, enquanto preservam sua identidade única.

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Lenah Sakai | Green Business Post | 08 out 2024.

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Não existe um padrão único de análise ESG no mundo. Contadores criaram um, investidores outro, e advogados mais um. Mas quem disse que uma empresa é só contabilidade, investimentos ou jurídico?

Por isso, uma empreendedora desenvolveu um conjunto de diretrizes e práticas que qualquer empresa pode usar para se sustentar, se profissionalizar e causar um impacto mais significativo. Esse padrão foi implementado nas ferramentas do ESG+.

Iniciativa de fomento dá norte ao ESG das organizações. Leia mais >>

Essa iniciativa foi inspirada no setor de tecnologia. Quando a lógica do ESG+ foi criada, baseando-se em licenças colaborativas de software, ela também incorporou a lógica de “programação orientada a objetos”. Mas o que isso significa?

Diferente do ESG tradicional, o ESG+ propõe liberdade na decisão empresarial sobre as ações de impacto ESG. Em termos simples, funciona como o Cadastro Positivo para motoristas no Brasil. Já ouviu falar?

Como funciona o Cadastro Positivo?

Motoristas exemplares, que seguem as leis e não têm infrações nos últimos 12 meses, podem se cadastrar voluntariamente no Cadastro Positivo. Com isso, eles obtêm benefícios como melhores condições em seguros, estacionamento, locação de veículos, isenção de algumas taxas e descontos na renovação da carteira de motorista e em tributos.

Ao invés de focar apenas na punição com multas, há um incentivo à boa conduta, recompensando aqueles que respeitam as leis de trânsito.

Essa é a diferença entre ESG e ESG+.

No ESG tradicional, as empresas são obrigadas a se adequar, sob risco de serem excluídas de negociações e investimentos. No ESG+, a ideia é manter a liberdade empresarial, oferecendo benefícios àquelas que voluntariamente incorporarem pautas ESG em sua estratégia e profissionalizarem seus impactos.

O conceito muda de “quem não adotar será punido” para “quem optar por colaborar será recompensado com incentivos, e quem não quiser é livre para não se beneficiar.”

Além disso, o aspecto “voluntário” é chave em um estudo de 18 anos da Harvard Business School, que analisou a performance superior de 90 empresas engajadas em sustentabilidade corporativa, em comparação a 90 outras que seguiram um caminho diferente. – Estudo: “The Impact of Corporate Sustainability on Organizational Processes and Performance”

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Lógica comum, preservando a individualidade

Além de ser uma abordagem mais inclusiva e pacífica, a lógica ESG+ permite adaptação à realidade de cada empresa. No Cadastro Positivo, cada estado brasileiro pode definir seus próprios benefícios, ajustando-os ao contexto local. Alguns oferecem descontos em impostos, outros oferecem cashback em determinados serviços.

No ESG+, gestores podem ajustar as pautas ESG de acordo com a cultura, momento e contexto de suas empresas.

Isso se assemelha à programação orientada a objetos, onde variáveis podem compartilhar atributos comuns, mas também ter características próprias.

Por exemplo, “carro” e “caminhão” compartilham atributos como “cor”, “peso” e “velocidade”, mas o carro foca em transportar pessoas, enquanto o caminhão transporta cargas.

Na programação, padrões são criados para otimizar a lógica e o código. O mesmo ocorre nas ferramentas ESG+, onde pautas comuns são estabelecidas, mas cada empresa pode personalizar suas práticas de acordo com sua operação específica.

Por exemplo, na pauta “adaptação às mudanças climáticas”, todas as empresas podem realizar estudos sobre mitigação de riscos (o comum), mas os resultados serão específicos a cada contexto (o individual). As práticas adotadas a partir desses estudos também variam.

A importância do padrão

Ao organizar os temas mais importantes de Governança Corporativa, Social e Ambiental, o ESG+ criou um padrão de análise empresarial, como no caso do ESG+ Express.

Isso melhora a qualidade dos dados e permite extrair informações mais precisas para resolver tanto problemas gerais quanto específicos. Como isso funciona?

Quando empresas são analisadas a partir dos mesmos critérios, comparações são possíveis. Quanto mais questões idênticas são comparadas, mais ricos ficam os dados. E quando todas usam a mesma metodologia de avaliação, as conclusões se aproximam mais da realidade.

Além disso, o padrão permite que pequenas e médias empresas — que geralmente são marginalizadas das pautas ESG — também tenham acesso a boas práticas e possam profissionalizar seus negócios. E as grandes empresas não ficam de fora, pois precisam revisar constantemente seus modelos de negócios, fontes de receita e geração de valor para seus clientes.

Em um contexto de mudanças rápidas, novas descobertas e tecnologias emergindo diariamente, conectividade global e transportes mais rápidos, o impacto cresce exponencialmente, afetando mais pessoas em igual velocidade.

Mas existe uma forma interessante de acompanhar todas essas mudanças.

O progresso colaborativo como diferencial

Hoje, é impossível para uma pessoa se manter atualizada sobre todas as novidades. Mas quando o esforço é distribuído e colaborativo, cada um contribui com seu conhecimento, multiplicando o saber coletivo.

O Android, por exemplo, o sistema operacional mais usado em smartphones, foi criado a partir do Linux. O Google adaptou o Linux para suas necessidades, e todo o trabalho no Android colabora para melhorar os softwares do Linux e de todos que usam seu código.

Com licenças colaborativas (Free Software ou Open Source), cada aprimoramento no código é compartilhado com todos, fazendo com que o progresso se multiplique.

O ESG+ segue o mesmo princípio. Ele foi criado sob a Collaborative Progress License (Licença de Progresso Colaborativo), que permite modificações e melhorias, desde que as mesmas permissões sejam mantidas no novo trabalho. Ou seja, cada contribuição enriquece o todo.

No ESG+, empresas podem compartilhar suas melhores práticas com a comunidade, beneficiando a todos com conhecimento. Setores inteiros podem evoluir com contribuições específicas.

Assim como indivíduos podem se unir para acompanhar as novidades globais, empresas podem se unir para seguir as melhores práticas.

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Negócios orientados ao ESG+

A técnica de programação orientada a objetos inspirou a gestão empresarial a otimizar sua análise ESG+. Com a padronização das pautas e práticas, todas as empresas podem trabalhar com suas especificidades, enquanto atendem a diretrizes comuns.

Além disso, ao adotar o ESG+, gestores contribuem com o desenvolvimento da comunidade através da Collaborative Progress License.

Finalmente, ao mudar o foco de uma abordagem punitiva para a escolha voluntária de obter benefícios fiscais por meio de boas práticas ESG+, o ambiente de negócios se torna mais acolhedor, incentivando o real engajamento.

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Lenah Sakai

Fundadora e editora do Green Business Post, atua com sustentabilidade empresarial desde 2013. Se tornou vegetaria para combater a banalização da vida e adotou o minimalismo para o consumo consciente e foco em SER e FAZER em detrimento de TER e MANTER. Por considerar a geração de renda o melhor impacto social ao combater a pobreza e a criação de soluções da sociedade para a sociedade o impacto mais eficiente, contribuiu com a fundação do(a): movimento Cultura Empreendedora, holding de startups Ignitions inc., Angel Investors League, DIRIAS - 1ª associação de direito digital do Brasil e ABICANN - 1ª associação das indústrias de cannabis do Brasil.

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