Lei aprovada em Nova York põe fim às embalagens de isopor
O prefeito Bill de Blasio, a comissária do Departamento de Saneamento Kathryn Garcia e o diretor do Gabinete de Sustentabilidade do prefeito, Mark Chambers, anunciaram juntos a lei que agora entra em vigor.
Desde 2015, pelo menos, já se fala desta medida, mas só agora ela, de fato, passou a valer. Na prática, estabelecimentos de serviços de alimentação, lojas e fabricantes não podem ter, vender ou oferecer aos clientes embalagens de poliestireno expandido (EPS).
“O aquecimento global está ameaçando nossa cidade, e, para combatê-la, temos que mudar a maneira como vivemos.”, disse o prefeito Blasio.
“(O isopor) que os nova-iorquinos jogam fora a cada ano entopem nossos aterros e alimentam a economia do petróleo destruindo nosso planeta. Estamos pondo um fim nesta prática suja para que possamos garantir um futuro mais limpo e mais justo para nossos filhos.”, completou Blasio.
Multas e proibições
Como resultado da proibição, os fabricantes e as lojas não podem vender ou oferecer itens de isopor descartável, como copos, pratos, bandejas ou recipientes. A regra também se estende para o uso do isopor como protetor de embalagem.
Apesar da implementação vir sendo preparada nos últimos quatro anos, haverá ainda um “período de carência” de seis meses, antes que as multas possam ser impostas.
Enquanto isso, os departamentos de saúde e de assuntos do consumidor vão realizar atividades de divulgação e educação em vários idiomas para empresas em todos os cinco distritos. Neste período, as empresas podem receber um “cartão de aviso” lembrando-os da proibição.
“Agora, devemos aproveitar esse progresso cortando outros produtos inúteis e obsoletos, como sacolas plásticas descartáveis e canudos de plástico.”, afirmou Mark Chambers, diretor de Sustentabilidade.
O que é isopor?
Comercializado nos Estado Unidos com o nome de Styrofoam, o isopor foi inventado pelo cientista da empresa Dow Chemical Otis Ray McIntire em 1941.
Para fazê-lo, pequenas quantidades do polímero poliestireno são misturadas com produtos químicos para se expandiram 50 vezes do seu tamanho original.
Após o resfriamento, essa massa é então colocada em moldes – seja de um copo ou de uma embalagem – e passa por um novo processo para expandi-la ainda mais, até que o molde seja totalmente preenchido e as contas se fundirem.
O produto final é leve, barato – 95% de sua composição é ar. Suas propriedades isolantes e seu custo barato tornaram o isopor uma escolha atraente nos negócios.
Por que ele é tão prejudicial ao meio ambiente?
Há uma estimativa de que apenas nos Estados Unidos 25 bilhões de copos de café de isopor são jogados no lixo em um ano – para efeito de comparação, 100 bilhões de sacolas plásticas são descartadas anualmente.
Em 2006, por exemplo, 135 toneladas de produtos de isopor foram despejadas em lixões em Hong Kong – menos de 5% de todo o lixo plástico descartado no país.
Mas mesmo o isopor representando uma parcela pequena do lixo, ambientalistas afirmam que o problema ganha outras dimensões quando ele chega no mar.
Segundo Douglas McCauley, professor de biologia marinha da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, há dois problemas causados pelo isopor para os animais marinhos, um químico e o outro, mecânico.
“O mecânico é bem fácil de se ver. Encontramos espuma de isopor no intestino de animais – e isso pode ser letal.”, diz.
Já o aspecto químico tem a ver com a propriedade absorvente do material. “O isopor age como uma pequena esponja poluente, capturando todos os compostos que mais contaminam o oceano. E então um animal engole isso, pensando ser uma água-viva.”, completa McCauley.
E isso não é perigoso apenas para os animais marinhos para o oceano como um todo. Pode também ser prejudicial para os humanos.
Por que não é possível reciclá-lo?
A dificuldade em reciclar o material é uma das principais razões para Nova York banir o material. Kathryn Garcia, responsável pelo sistema sanitário da cidade, afirmou: “Ninguém conseguiu até agora provar que seja possível reciclá-lo em larga escala, e tampouco há mercado para isso.”
Devido ao processo químico usado em sua confecção, é quase impossível transformar, por exemplo, um prato de isopor em uma embalagem feita do mesmo material.
Há, no entanto, alguns métodos sendo testados, como reciclagem térmica. Mas sua viabilidade em termos de custo e logística de transporte ainda é um problema.
Fonte: PromoView.