‘Efeito Felipe Neto’ é a nova preocupação ESG de gestores
O mercado brasileiro passou a incorporar a política em suas compras e Felipe Neto foi o estopim das movimentações.
Por: Lenah Sakai | Green Business Post |01 nov 2023 | Google News | Youtube.
Muitos ainda não viram, mas existe um movimento de cancelamento a apoiadores do atual governo. Metade da população brasileira está aprendendo a boicotar aqueles que não estão alinhadas aos seus valores.
Agora, os gestores organizacionais tem mais um desafio ESG pela frente: um mercado mais dividido na era da comunicação. A esquerda política já fazia seus cancelamentos há pelo menos desde 1950 – segundo Marco Angeli. Mas, agora, seus adversários entraram no jogo.
Por que ‘Efeito Felipe Neto’?
O estopim no Brasil deu início com uma onda de boicote à Bis. Quando o público soube que a marca patrocinaria Felipe Neto, passaram a inundar as redes sociais com vídeos e imagens em campanha contra o consumo do chocolate, com a hashtag ‘BisNuncaMais’. Propuseram substituir o doce com o KitKat da concorrente Nestlé. E a campanha espirrou para a Mondelez como um todo, dona da Bis.
A lembrança da atuação ferrenha do artista durante as eleições e do CEO da holding estar assumidamente fazendo parte do ‘Conselhão’ do atual governo mexeram fortemente com o sentimento dos conservadores.
Segundo publicações do próprio artista, a repercussão prejudicou seu patrocínio, indicando que a Bis deu para trás em algum momento.
Mesmo após semanas, a campanha segue crescendo. Muitos internautas estão boicotando outros artistas e marcas repetindo a frase “EFEITO FELIPE NETO”.
A origem desse movimento
No mundo, os movimentos da direita política cresceram, principalmente, durante a pandemia da COVID-19. As políticas impositivas da esquerda envolvendo a vida das pessoas resultaram em uma massa da oposição mais forte e ativa. E uma das frases globais mais repetidas é “Quem Lacra, Não Lucra”.
Essa frase é mencionada nas redes sociais toda vez que trabalhos progressista não dão certo. Seja em pautas de empresas ou de governos. Mas, principalmente, em boicotes virais.
No contexto atual brasileiro, “Quem Lacra, Não Lucra” está sendo produzido pela campanha “Efeito Felipe Neto”. Ao boicotar personalidades que apoiaram a esquerda durante as eleições presidenciais, bilheterias não vendem e produtos não são comprados. Produtoras e patrocinadoras não lucram. As marcas terão que repensar sua governança em estratégias de marketing.
Agora, o mercado grita dos dois lados. Porém, estamos percebendo uma nítida diferença. O grito da direita parece estar afetando mais fortemente o lado econômico. E isso é muito relevante.
Os gritos
Os gestores atuais têm se mostrado mais preocupado com os gritos nas redes sociais. Eles refletem uma parte do mercado. Mas é importante lembrar, que nem sempre quando gera repercussão online ou física está alinhado aos melhores valores ou à razão. As inúmeras manifestações pró-Hamas que estão acontecendo no mundo não faz do Hamas estar com a razão, por exemplo.
As entidades precisam fortalecer seus valores. Ficar mudando de posicionamento de acordo com a reação do público faz perder a identidade e confiança na marca.
Aqui seguem alguns valores básicos que podem ser adotados: direitos humanos, verdade, liberdade de expressão, proteção das crianças e adolescentes, respeito à propriedade privada, direito à manifestação e intolerância à ideologias assassinas.
Veja algumas postagens sendo compartilhadas nas redes:
Imagem: Nerd Connection.