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COP-25: Bolsonaro não quer conferência do clima no Brasil em 2019

Ministros e presidente divergem sobre importância de seguir o Acordo de Paris

A retirada da candidatura do Brasil da sede da COP-25, a conferência anual da ONU para negociar a implementação do Acordo de Paris, provocou divergências entre o presidente eleito Jair Bolsonaro e dois futuros ministros nesta quarta-feira (28).

Já era esperado que o país sediasse o evento, mas o Itamaraty comunicou a retirada em nota nesta terça-feira (27), decisão lamentada por órgãos ambientais.

Durante a tarde, o chefe da Casa Civil do próximo governo, Onyx Lorenzoni, afirmou ao lado de Bolsonaro que o governo não teve “nada a ver com isso”. “Esta é uma decisão do Itamaraty”, afirmou, mas foi cortado pelo presidente eleito.

“Houve participação minha nessa decisão. Ao nosso futuro ministro, eu recomendei que se evitasse a realização desse evento aqui no Brasil. Até porque eu preciso que vocês nos ajudem, está em jogo o ‘triplo A’ nesse acordo”, afirmou Bolsonaro, em referência ao futuro chanceler Ernesto Araújo, que tem posicionamento crítico em relação às previsões de aquecimento global.

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Triplo A, segundo ele, seria uma faixa que envolve a cordilheira dos Andes, a Amazônia e o oceano Atlântico. O Acordo de Paris, para o presidente eleito, colocaria em risco a soberania nacional dentro desse território. Não há menção ao chamado Triplo A no acordo, porém.

“Não quero anunciar uma possível ruptura dentro do Brasil. Além dos custos que seriam, no meu entender, bastante exagerado tendo em vista o déficit que nos já temos no momento”, acrescentou.

Como a Folha revelou, no entanto, a questão orçamentária já estaria resolvida desde outubro, segundo membros do alto escalão do Ministério do Meio Ambiente. Eles afirmaram que havia reserva de recursos do Fundo Clima para garantir a realização da COP-25 e que também teve seu orçamento aprovado em junho pelo Congresso, em emenda da Lei de Diretrizes Orçamentárias.

A Folhaapurou que a ordem de desistência teria vindo diretamente do presidente Temer, como ‘um favor’ ao governo eleito. O presidente agiu após ser comunicado pelo Itamaraty sobre a posição contrária do novo governo à realização da COP no Brasil.

O chanceler indicado por Bolsonaro, Ernesto Araújo, declarou diversas vezes ser contrário ao “alarmismo climático” e que as mudanças climáticas seriam um “dogma marxista”. Como ministro das Relações Exteriores, ele seria o responsável por presidir as negociações para a implementação do Acordo de Paris, caso a COP acontecesse no Brasil no próximo ano.

Com a retirada da candidatura brasileira, agora cabe ao Grupo de Países Latino-americanos e Caribenhos (Grulac) indicar à ONU outro país da região, onde é esperada a realização da COP de 2019.

Menos de uma hora depois, também em entrevista, o recém-anunciado ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG), disse que a COP é “de grande importância” para discutir a questão climática e “todos os outros temas que estão relacionado ao turismo”.

Questionado sobre a posição de Bolsonaro, porém, Álvaro Antônio titubeou. “Não conversei com o presidente ainda. Se a posição dele é essa, obviamente a gente respeita a posição do presidente, mas vou conversar com ele para a gente ter o alinhamento das ideias.”

“A gente ainda precisa se aprofundar mais e entender melhor qual o impacto da não realização do evento nessa visibilidade do Brasil aqui dentro e também no exterior.”

A sinalização do novo governo a respeito do Acordo de Paris vai na direção contrária do papel que o Brasil tem representado nas negociações de clima da ONU. A própria Tereza Cristina (DEM-MS), indicada para o Ministério da Agricultura, já disse que “o Acordo de Paris é importante para a agricultura brasileira, pois o produtor brasileiro é reconhecido lá fora como preservador”.

A próxima conferência do clima (COP-24) começa na próxima semana, em Katowice, na Polônia.

Fonte: Folha.

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Lenah Sakai

Ex-atleta, green fellow (vegetariana, minimalista), trabalhando duro para tornar as organizações, os maiores impactadores do planeta, mais responsáveis. Formada em administração pela PUC-SP, há +10 anos atua em negócios e sustentabilidade. Fundadora do Green Business Post, co-fundadora da Ignitions Inc., do movimento Cultura Empreendedora, do DIRIAS, 1ª associação de direito digital do Brasil e da ABICANN, 1ª associação das indústrias de cannabis do Brasil. Hoje é gestora de uma rede de 5 milhões de pessoas do ecossistema empreendedor nacional e internacional.

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