O plástico pode ser desintegrado em menos de um dia
Cientistas descobriram enzimas naturais e não naturais que quebram o plástico rapidamente, ou seja, o material pode ser forçado a se degradar.
Por: Redação | Green Business Post | 06 fev 2023 | Collaborative Progress Licenseª.
Desde a popularização do plástico como material de embalagem e produção de bens de consumo, os seus impactos negativos no meio ambiente tornaram-se cada vez mais evidentes. A matéria plástica leva muitos anos para se decompor e, durante esse tempo, pode causar sérios danos à natureza.
O resíduo plástico é uma grande ameaça para o meio ambiente e à vida humana. Ele pode causar vários problemas, incluindo:
- Poluição dos oceanos: O descarte inadequadamente pode acabar nos oceanos, causando danos aos ecossistemas marinhos e à vida selvagem.
- Danos à fauna: Animais marinhos e terrestres podem confundir o plástico com alimento e sofrer graves consequências, como obstrução de seus sistemas digestivos.
- Contaminação do solo: O plástico não biodegradável pode persistir por centenas de anos no solo, contaminando-o e afetando a qualidade dos cultivos.
- Prejudica a saúde: os micro plásticos acabam na respiração e alimentação humana/ animal e podem acumular em seus corpos;
- Emissão de gases de efeito estufa: O processo de produção e descarte inadequado pode liberar gases de efeito estufa, contribuindo para o aquecimento global;
- Impacto econômico: O resíduo pode prejudicar a economia local, especialmente em comunidades costeiras, onde a pesca e o turismo são importantes fontes de renda.
Por isso, a notícia de que pesquisadores descobriram uma substância que pode desintegrar o plástico de forma rápida é muito animadora.
Os estudos
O estudo, realizado pela Universidade de Rostock, na Alemanha, mostrou que, sob certas condições, o plástico pode ser decomposto em questão de meses, ao invés de décadas ou séculos. Eles descobriram sete enzimas naturais que agem rapidamente na quebra das ligações químicas dos polímeros de plástico. Uma delas conseguiu degradar um pedaço de plástico em menos de um dia. No entanto, os cientistas enfatizam que ainda é preciso avaliar a biodegradabilidade desses materiais em diferentes ambientes antes de se chegar a conclusões definitivas.
Já na Universidade de Texas, em Austin EUA, os pesquisadores criaram uma proteína que ‘come’ o material em maior uso e abundância, o plástico PET, usando machine learning (inteligência artificial que aprende identificando padrões). Seus experimentos degradaram o PET em 24 horas.
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A pesquisa científica é uma contribuição importante para a luta contra a poluição plástica, mas é preciso lembrar que essa é apenas uma das muitas soluções necessárias. É importante que, ao mesmo tempo em que procuramos maneiras de lidar com o plástico já produzido, também sejam tomadas medidas para reduzir a sua produção e utilização no futuro.
Apesar das descobertas serem promissoras, ainda há muito trabalho a ser feito antes que as substâncias manuseadas possam ser utilizadas de forma ampla. A equipe de pesquisa alemã, por exemplo, precisa, agora, testar a eficácia da substância em diferentes tipos de plástico e em diferentes condições ambientais. Só então será possível avaliar sua viabilidade como solução para o problema da poluição plástica.
Em resumo, a descoberta dos pesquisadores alemães e estadounidenses é uma notícia animadora para a luta contra a poluição plástica, mas é importante lembrar que é apenas uma das muitas soluções necessárias. Continuamos precisando de ações concretas para reduzir a produção e utilização de plástico.
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Fonte: DW.