Endowment: um modelo de sustentabilidade financeira
Recursos financeiros contínuos é um grande desafio, principalmente, do terceiro setor, no qual, uma grande porcentagem do modelo de gestão depende de doações. Conheça o Endowment, que pode ser uma alternativa interessante para muitas empresas.
O que é um Endowment?
O endowment, em uma rápida definição, consiste na criação de um patrimônio perpétuo que gera recursos contínuos para a conservação, expansão e promoção de uma determinada atividade, por meio da utilização dos rendimentos desse patrimônio.
A geração contínua de recursos diferencia o endowment de formas tradicionais de filantropia, as quais envolvem tipicamente a doação de recursos para um objetivo pré-determinado como a construção de um laboratório para pesquisas, a reforma de uma instalação específica, a implementação de um determinado projeto.
Funcionamento do endowment
- Recursos financeiros: captação de recursos financeiros para o fundo com pessoas físicas e jurídicas.
- Aplicação: aplicação dos recursos no mercado financeiro.
- Rendimento: o lucro das aplicações financiam alguma atividade, sem diminuir o patrimônio inicial.
- Para onde vai o dinheiro: o dinheiro do endowment é utilizado para manter e expandir uma atividade.
Esse modelo de Endowment é usado pela Faculdade de Direito GV para manter bolsas para alunos e segue o exemplo exitoso adotado em instituições de ensino superior ao redor do mundo como Harvard, Oxford, Cambridge e MIT, as quais obtém parcela relevante de seus orçamentos anuais da rentabilidade de seus endowments.
Política de Investimento
Para se alcançar os objetivos típicos de um endowment, a administração financeira dos recursos aportados no endowment deve perseguir dois objetivos conflitantes entre si: promover fluxos constantes de recursos para financiar as atividades a que o endowment se destina e, ao mesmo tempo, buscar o crescimento ou, ao menos, a preservação do poder aquisitivo do patrimônio.
A preservação do patrimônio requer uma busca por investimentos com altos retornos, o que implica a aceitação do risco e volatilidade que naturalmente acompanham esse tipo de investimento. Por outro lado, o suporte financeiro dos projetos do endowment pressupõe a existência de fluxos constantes e previsíveis. A realização desses fluxos exige uma redução de risco e volatilidade da carteira de ativos para permitir retiradas periódicas.
Para alcançar estes dois objetivos aparentemente antagônicos, o Endowment DIREITO GV deve estabelecer e perseguir dois pilares fundamentais para que os recursos sejam preservados e, ao mesmo, gerem rendimentos suficientes para atender aos seus objetivos institucionais.
Pilar 1: Investimento responsável
Os endowments trabalham com uma vantagem estratégica sobre os demais players do mercado: seu horizonte de investimento é de longuíssimo prazo, tendendo à perpetuidade, o que lhe permite maior capacidade de tolerar volatilidade de curto prazo.
Assim, a política de investimento do Endowment DIREITO GV será desenhada de modo a triangular risco, retorno e ritmo de gastos, de forma a encontrar um equilíbrio entre os resgates do presente e a necessidade de resgates no futuro. Dessa maneira, o benchmark a ser perseguido pelo endowment será sempre uma rentabilidade global superior à inflação, acrescida do percentual anual de resgates necessários para a consecução dos seus objetivos.
Pilar 2: Resgate responsável
Após a alocação dos recursos, as aplicações realizadas pelo endowment passam a gerar recursos mensalmente, levando os administradores do endowment à seguinte questão: qual o percentual do total dos rendimentos mensais poderão ser resgatados para aplicação nas atividades do Endowment DIREITO GV?
Dessa forma, o segundo pilar fundamental para a administração dos recursos do endowment é a criação de uma regra inteligente de resgate que estabeleça os fluxos livres a serem resgatados mensalmente pelo endowment, sem afetar o patrimônio original do fundo.
Fonte: DIREITO GV.