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É possível ampliar os investimentos em processos mais sustentáveis

“Independentemente da polarização e das paixões políticas, o momento das eleições é para questionarmos: para onde estamos indo? Essa crise tem solução? Tem algo que eu possa fazer?”. Estas foram algumas das provocações feitas durante o Congresso Sustentável 2018, realizado na terça-feira, 11 de setembro, pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds), no Teatro Santander, em São Paulo. Entre as principais conclusões do encontro destacam-se a necessidade de implementação de um mercado de carbono e a urgência do melhor uso e tratamento dos recursos hídricos.

Durante o evento, que reuniu a mais alta liderança de grandes empresas brasileiras – responsáveis por gerar mais de 1 milhão de postos de trabalho no Brasil em diversos segmentos –, foi apresentada a Agenda Cebds por um País Sustentável. O documento, que pode ser baixado no site do Cebds, contém 10 propostas elaboradas pelos CEOs das próprias empresas associadas à organização e destinadas aos candidatos à Presidência da República. Aumento da participação de fontes renováveis na matriz energética, segurança hídrica, expansão do saneamento básico, soluções para transição a uma economia de baixo carbono, mecanismos financeiros de estímulo a práticas sustentáveis e equidade de gênero mercado de trabalho são alguns dos temas abordados.

Para a presidente do Cebds, Marina Grossi, a transição para um modelo de desenvolvimento sustentável depende conjuntamente do indivíduo, do coletivo, da empresa e do governo. “A viabilidade do velho modelo econômico está ultrapassada. O setor empresarial brasileiro tem demonstrado na prática que é possível ampliar os investimentos em processos mais sustentáveis e economicamente viáveis”, afirmou.

Mercado de carbono
A adoção do modelo de mercado de carbono como instrumento eficiente para estímulo à redução de emissões foi um dos consensos entre os empresários participantes do congresso. A falta de um engajamento maior do setor público para a aplicação de um sistema, contudo, foi mencionada como um obstáculo a ser superado.

“Somos a favor da precificação de carbono, e entendemos que a melhor forma de fazer isso é olharmos para o crédito de carbono como uma solução que movimenta a economia. O Cebds tem liderado essa discussão para que metas de intensidade e previsibilidade para o investimento sejam reguladas e mensuradas”, disse André Lopes de Araújo, presidente da Shell Brasil.

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Saneamento
O presidente do Santander Brasil, Sérgio Rial, destacou o alto engajamento da sociedade durante as eleições deste ano, que propicia conscientização da população sobre o seu papel no processo de transformação. O executivo destacou, contudo, que o Estado precisa estabelecer condições básicas para garantir a segurança dos investimentos a serem feitos pelo setor privado, e citou o setor de saneamento como exemplo.

“Por que o setor elétrico cresce? Porque existe um arcabouço confiável e claro e, assim, as empresas vêm investir com retorno aceitável. Por que questão financeira é conturbada quando se trata do saneamento? Porque esse problema não está na nossa tela, mas temos milhões de brasileiros sem água e esgoto”, disse Rial. “É impossível investir no setor sem ter que negociar com 5.600 municípios brasileiros. Assim, o Estado não provê algo fundamental, que é saneamento básico. Não falta dinheiro, não faltam investidores, por isso a sociedade deve se mobilizar”.

As falhas nos sistemas existentes de tratamento de água foram colocadas pela presidente da BRK Ambiental, Teresa Vernaglia. Ela lembrou que são despejados em rios, mananciais e córregos o equivalente a seis mil piscinas olímpicas de esgoto bruto em todo o País, enquanto 27% dos reservatórios monitorados pela Agência Nacional de Águas (ANA) estão secos.

“A considerar a baixa evolução que tivemos no saneamento nos últimos 10 anos, vamos ter uma grande frota de carros elétricos andando em ruas com esgoto a céu aberto. Essa é a dicotomia, entre tecnologia avançada de energia, por exemplo, e o uso da água”, comparou a executiva.

Energia renovável
O presidente da Vestas Brasil & Cone Sul, Rogerio Zampronha, observou que a energia eólica já representa 9% da matriz energética brasileira. “No ano passado, o volume de emissões de carbono que deixou de ocorrer por causa da fonte eólica é o mesmo que se teria se deixassem de circular 16 milhões de veículos, o que equivale a 85% da frota hoje no estado de São Paulo”.

O diretor de Relações Institucionais da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Mário Sérgio Vasconcelos, apresentou um estudo de viabilidade de financiamento para projetos de energia solar fotovoltaica, realizado em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). “A Febraban vem buscando os caminhos possíveis para uma economia de baixo carbono, e temos avançado nos últimos quatro anos. Cerca de 27% dos empréstimos do setor já são destinados a investimentos de baixo carbono”.

A superintendente de Sustentabilidade e Negócios do Banco Itaú, Denise Hills, estimou que nos próximos cinco anos o setor financeiro no Brasil deverá ter um avanço significativo na incorporação de aspectos socioambientais.

Para André Clark, CEO da Siemens, o Brasil caminha para vir a se tornar um powerhouse de geração de energia. “A transição energética passa por três coisas: tecnologia, mudanças climáticas e mercado consumidor. O Brasil foi protagonista em estabelecer marcos, estamos no centro dessas mudanças. Estados Unidos, China e Europa, fazem a transição por causa do carvão. Nós fazemos pelo uso da terra e da água”, compara.

O Sustentável 2018 foi patrocinado pelo Santander, Itaú, Braskem, Philip Morris, iCS e Instituto Arapyaú, e contou com apoio da Nespresso e Filtros Europa. O evento terá suas emissões de carbono compensadas, por meio de compra de créditos de carbono ou plantio de árvores, em parceria com a Neutralize Carbono.

Fonte: EcoDesenvolvimento.

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Lenah Sakai

Ex-atleta, green fellow (vegetariana, minimalista), trabalhando duro para tornar as organizações, os maiores impactadores do planeta, mais responsáveis. Formada em administração pela PUC-SP, há +10 anos atua em negócios e sustentabilidade. Fundadora do Green Business Post, co-fundadora da Ignitions Inc., do movimento Cultura Empreendedora, do DIRIAS, 1ª associação de direito digital do Brasil e da ABICANN, 1ª associação das indústrias de cannabis do Brasil. Hoje é gestora de uma rede de 5 milhões de pessoas do ecossistema empreendedor nacional e internacional.

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