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A indústria do petróleo não vai acabar

Diferente do que muitos ativistas querem, a indústria do petróleo irá crescer ainda mais e isso pode ser uma vantagem para o meio ambiente

*Por: Lenah Sakai | 09 fev 2020 | Collaborative Progress License

O setor petroleiro ainda pode pivotar seu modelo atual para um que diminua seus custos e aumente a responsabilidade ambiental. Para quem pouco conhece do setor, resumidamente, o petróleo pode ser extraído em terra (onshore) ou no mar (offshore) e é, ainda, uma das principais fontes de energia do mundo. Isso porque da matéria-prima bruta é possível obter o gás para a cozinha, a gasolina, o diesel, a querosene e muitos outros produtos industriais.

O contexto do petróleo

A pressão internacional sobre o petróleo se deve, principalmente, por ela ser uma fonte não renovável de energia e por ser uma das principais causadoras das emissões de gases estufa, aqueles que contribuem para o aquecimento global. Além disso, tem também o problema de seu produto, o plástico, que polui oceanos e está entrando na cadeia alimentar de animais e nós, humanos, e prejudicando nossa saúde, a biodiversidade e o equilíbrio ambiental.

Apesar desses inúmeros motivos para pressionar esse setor, os atrativos econômicos para ela continuar são ainda maiores. Inúmeros setores dependem do petróleo em todo o mundo e dos preços competitivos que ela propicia. A economia de diversos países gira em torno dessa matéria-prima. Eles não vão simplesmente abandonar seu sustento, mas ao invés de abandonar, porque não pivotar?

O setor já está dando indícios na direção de usar o petróleo para a produção de energia elétrica. As próprias empresas estão investindo no setor automobilístico elétrico, mudando o nome de divisões para “power” (energia) e, pense bem, queimar petróleo para gerar energia elétrica simplifica toda a distribuição se comparado à distribuição dos produtos derivados do petróleo.

As petroleiras podem focar em extrair e refinar o petróleo e queimar o restante para produzir energia elétrica. Quando a demanda por energia elétrica chegar a um nível considerável, com os automóveis elétricos, as empresas poderão distribuir essa energia por conta própria, sem depender de intermediários e dos problemas de transporte e roubos de cargas ou de dutos, o que reduz muito o custo. Já no contato com o consumidor final, podem ser aproveitados os postos de abastecimento de gasolina, diezel, alcool e gás para a comercialização de energia elétrica.

Benefícios sociais, ambientais e econômicos

Isso tudo pode soar um horror para os ambientalistas, mas calma e veja a seguir os benefícios que podem ser trazidos em uma única tacada:

  • As próprias petroleiras estarão impulsionando o setor elétrico, com pesquisa e desenvolvimento e isso possibilitará a aceleração da melhoria da durabilidade e eficiência de baterias e construção de infraestrutura, como as diversas baterias necessárias para o armazenamento de energia excedente;
  • As principais emissões de poluentes e gases estufa agora ficam concentrados nas empresas, que podem fazer o filtro e controle de qualidade do ar de forma profissional, mais fiscalizada, ao invés de dependermos de cada usuário de automóveis à combustão;
  • As principais causas de ilhas de calor, aquecimento global, poluentes atmosféricos e sonoros, poderão deixar de existir com os automóveis elétricos;
  • O preço final da energia elétrica poderá cair, pela abundância na oferta, a não dependência de intermediárias e fácil transmissão de energia elétrica diretamente das petroleiras;
  • A redução do transporte de petróleo pode reduzir os riscos de acidentes com vazamentos e destruição ambiental;
  • A transmissão da energia elétrica em abundância permitirá levar energia a regiões remotas e mais pessoas poderão ter acesso à luz noturna, chuveiro quente e uma vida mais confortável;
  • O trajeto da transmissão de energia poderá colaborar com a fiscalização de áreas de conservação ambiental, uma vez que isso já é feito pelas atuais empresas;
  • A redução do preço da energia poderá dar mais acessibilidade à transporte público, serviços de entregas e a energia elétrica poderá se tornar mais atraente que as combustíveis por parte da população;
  • O mercado poderá se desenvolver com base na energia elétrica, oportunizando novos serviços, novos empregos, novas formações;
  • O processo produtivo de automóveis mudará de milhares de peças para apenas dezenas de peças, com a facilidade e muito mais agilidade de produção e manutenção;
  • O problema de queda de energia poderá ser minimizado com o serviço de abastecimento de energia elétrica dos postos comerciais, que podem oferecer energia para residências, hospitais, comércio etc.;
  • O abastecimento de energia elétrica poderá ganhar mais concorrência e, com isso, a competição entre empresas gerará mais qualidade para a escolha dos consumidores;
  • A transmissão de energia poderá retirar todos esses fios expostos e perigosos de postes e serem substituídos por modelos enterrados no solo;
  • Toda as emissões de carbono poderão ter um foco de cobrança nas petroleiras e mais compensação ambiental poderá ser feita;
  • O avanço do setor elétrico com o grande investimento de petroleiras possibilitará o acompanhamento das tendências globais de internet e telefonia global por meio de satélites. Isso demandará ainda mais energia dos dispositivos, visto que a acessibilidade desse serviço aumentará com a inclusão de qualquer região, que não dependerá de antenas e nem de operadoras;
  • Etc..

Acredito que se esse cenário se concretizar, será um avanço enorme tanto para a modernização e mais conforto das populações quanto para o principal problema global atual, o aquecimento global.

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Lenah Sakai

Ex-atleta, green fellow (vegetariana, minimalista), trabalhando duro para tornar as organizações, os maiores impactadores do planeta, mais responsáveis. Formada em administração pela PUC-SP, há +10 anos atua em negócios e sustentabilidade. Fundadora do Green Business Post, co-fundadora da Ignitions Inc., do movimento Cultura Empreendedora, do DIRIAS, 1ª associação de direito digital do Brasil e da ABICANN, 1ª associação das indústrias de cannabis do Brasil. Hoje é gestora de uma rede de 5 milhões de pessoas do ecossistema empreendedor nacional e internacional.

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