3 Cases organizacionais: Give First para comunidades, Conteúdo Lúdico e Inovação com Startups

O que uma organização pode fazer para atuar em favor das futuras gerações? Separamos 3 cases de empresas comprometidas com o desenvolvimento sustentável. Você pode tomá-las como referência e começar a implementar práticas que protegem os recursos humanos, naturais e financeiros.

Natura: Give first para Comunidades

A Natura é uma das maiores empresas de cosméticos do mundo e, de acordo com a Corporate Knights, é a 14ª das 100 empresa mais sustentáveis do mundo. Ela tem como estratégia e valores o desenvolvimento sustentável e, a partir disso, obtém grandes resultados. Entenda melhor como isso acontece.  

    A começar pelo modelo Season in Time ao invés de Just in Time que adotou. Pedro Passos, um dos três sócios-fundadores da Natura, explica que eles respeitam a sazonalidade da matéria-prima de seus produtos. A companhia possui regras de exploração que seus fornecedores devem cumprir, pois somente assim se garante a disponibilidade da matéria-prima no longo prazo.

Por exemplo, a colheita da semente da ucuuba, cuja árvore está em risco de extinção, somente 60% das sementes podem ser recolhidas. O restante são deixados para que possibilite a reprodução da planta.

Além disso, os dirigentes da empresa perceberam a importância de atuar de forma mais próxima e direta com os fornecedores locais. Desde 2000, com o lançamento da linha Ekos, a Natura iniciou atividades na floresta amazônica e percebeu as desvantagens de depender de compradores intermediários de matéria-prima.

As comunidades extrativistas possuíam dificuldades com relação à produtividade, ao cumprimento de contratos e ao desmatamento ilegal. Somado a isso, a indústria não tinha padrões de definição de preços e de acesso ao conhecimento dessas comunidades, comumente carentes de serviços básicos.

Visto isso, a corporação tomou providências para estabelecer um canal direto com essas pessoas para entender melhor a floresta, profissionalizar as cadeias produtivas e ter impacto social positivo. Investimentos foram voltados a ampliação da capacidade produtiva das comunidades, pesquisas sobre biodiversidade local, reforma de escolas rurais, compra de matérias-primas e construção de uma fábrica no Pará.

Ou seja, a empresa praticou o Give First, ela deu benefícios para a comunidade primeiro, para que a comunidade pudesse resolver suas dificuldades e ter condições mínimas e decentes de trabalho.

Essa forma de parceria, na qual as duas partes ganham e o lado maior, mais forte e mais preparado dá algo primeiro é importante de ser praticada, principalmente, pelas grandes empresas. Elas possuem recursos para “respirar” por mais tempo, enquanto que os pequenos ficam se afogando a cada minuto que passa.

Para garantir esse trabalho de Give First, a produção e a proteção da natureza, a Natura, montou uma equipe composta por 375 pessoas especialmente dedicadas à sustentabilidade, suprimentos, inovação, produção industrial, gerência de relacionamento e abastecimento da sociobiodiversidade. Mesmo dando mais trabalho, eles sabiam que os resultados compensariam.

Resultados: em 2017, a Natura movimentou 1,1 bilhão de reais na região amazônica, ampliou seu alcance de 4 comunidades para 28 municípios – um total de 2.841 famílias e mais de 8.000 pessoas nos estados do Amazonas, Pará, Rondônia, Amapá e Maranhão.

Ultra: Conteúdo lúdico para Ética e Compliance

Com quase 80 anos no mercado, o grupo Ultra está entre os cinco maiores grupos empresariais do Brasil. Sua atuação varia desde distribuição e varejo especializado de combustíveis (Ipiranga), gás liquefeito (Ultragás), farmácia (Extrafarma), a indústria química (Oxiteno) e armazenagem de granéis líquidos (Ultracargo).

Preocupados com questões de compliance e ética, o grupo Ultra percebeu que poderia investir em conteúdo lúdico para tratar do assunto com seus 15.000 funcionários de forma a reforçar os valores da empresa. E assim, contratou uma produtora profissional, premiada internacionalmente, para produzir 3 filmes corporativos de qualidade.

De acordo com Dênis Cuenca, diretor de riscos, essa abordagem nos aproxima da realidade, nos emociona e nos leva à reflexão. A companhia encontrou uma forma de tratar de um assunto pesado, no qual os funcionários podem absorver, de forma “osmótica”, por meio do entretenimento.

A Ultra possui um programa de ética e compliance, que visa ser um instrumento corporativo de reflexão sobre o comportamento dos colaboradores do Ultra e suas consequências, seja sobre a integridade de cada um ou sobre a integridade da companhia.

Como nesse programa estão envolvidos treinamentos, monitoramentos, princípios e regras de conduta, a comunicação deve ser um fator muito forte para a efetividade de resultados e alinhamento de interesses. E o investimento nos filmes corporativos foi uma das soluções que eles encontraram.

Nexa: Inovação com Startups

A Nexa Resources nasceu da união da Votorantim Metais, líder em mineração de zinco do Brasil, com a Milpo, líder do Peru. O lançamento da marca ocorreu com sua abertura de capital nas bolsas de Nova York, nos EUA, e de Toronto, no Canadá, captação de 570 milhões de dólares e sua sede ficará em Luxemburgo. A nova empresa nasce como líder de zinco da América Latina.

De acordo com o presidente da Nexa, eles manterão os valores e crenças que fizeram a Votorantim crescer. E uma das áreas destaque de investimento é inovação. Nos últimos anos, a Votorantim Metais vinha apostando na agilidade e na flexibilidade das startups para acelerar a inovação em suas operações.

Em 2016, a companhia lançou o Mining Lab, um programa que tem o objetivo de buscar soluções nas áreas de nanotecnologia e energias renováveis. Dos 115 projetos inscritos, sete foram selecionados. Dentre eles, uma startup que propôs uma usina para a produção de biodiesel com óleo de fritura recolhido nas casas e nos estabelecimentos no entorno da unidade de mineração da Nexa.

Outra solução selecionada propôs usar a nanotecnologia para tratar efluentes com alta concentração de sais minerais, com o objetivo de recuperar esses elementos químicos e usá-los como fertilizante agrícola.

O investimento em inovação foi criado a partir do chamado DNA Votorantim, que é um conjunto das melhores práticas incorporadas pela companhia ao longo do tempo, com o objetivo de direcionar as ações, decisões e formas de relacionamento com os diversos públicos de interesse.

Referências: Guia Exame de Sustentabilidade 2017, Exame, Grupo Ultra, Grupo Votorantim.

*As opiniões expressas neste canal são apoiadas pelo Artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos: "Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de ter opiniões sem interferência e de procurar, receber e transmitir informações e ideias de todos os tipos, independentemente das fronteiras."

**As opiniões veiculadas nos artigos de colunistas e membros não refletem necessariamente a opinião do GREEN BUSINESS POST.

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Lenah Sakai

Fundadora e editora do Green Business Post, atua com sustentabilidade empresarial desde 2013. Se tornou vegetaria para combater a banalização da vida e adotou o minimalismo para o consumo consciente e foco em SER e FAZER em detrimento de TER e MANTER. Por considerar a geração de renda o melhor impacto social ao combater a pobreza e a criação de soluções da sociedade para a sociedade o impacto mais eficiente, contribuiu com a fundação do(a): movimento Cultura Empreendedora, holding de startups Ignitions inc., Angel Investors League, DIRIAS - 1ª associação de direito digital do Brasil e ABICANN - 1ª associação das indústrias de cannabis do Brasil.

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