Quem fala de desenvolvimento sustentável no Brasil?
Estudo de redes realizado pela agência Esplanada mostra quem são e o que dizem os sobre desenvolvimento sustentável os influenciadores.
*O Green Business Post agradece por ter sido mencionado na matéria e comemora por fazer parte do impacto social. 🙂
A agência de comunicação estratégica Esplanada realizou um estudo pioneiro sobre o termo ‘desenvolvimento sustentável’ no Brasil. A segunda parte do estudo abrangeu o período entre dezembro de 2011 e dezembro de 2019. Ele trouxe dados sobre quem movimenta as redes quando o assunto é Meio Ambiente.
Para analisar quem são os influencers da pauta ambiental, a Esplanada fez uma pesquisa extensa nos 22 principais sites e blogs e também nas mídias sociais. Facebook, Flickr, Foursquare, Google, Google Notícias, Google Plus, Google Vídeos, Instagram, Issuu, Picasa, Reddit, Scribd, Slideshare, Twitter, WordPress e YouTube são exemplos de ‘locais’ onde as discussões são travadas.
Quem diz o que é desenvolvimento sustentável?
Para o levantamento foram coletadas 7.967 menções sobre o termo desenvolvimento sustentável. Elas foram publicadas entre dezembro de 2011 e dezembro de 2019. Foram analisados 2.913 dias de discussão sobre o assunto.
Durante o período, os influenciadores de maior alcance sobre o tema foram os veículos de imprensa, 45% do total. Entre eles estão as 4 primeiras posições: G1, Terra, Reuters e IstoÉ. Já os órgãos governamentais ou intergovernamentais responderam por 20% do total. Palácio do Planalto, Marinha, Governo do Rio de Janeiro e ONU abasteceram de informações os que pesquisavam sobre o tema. Já o terceiro setor, ONGs privadas ou de cunho social, tiveram 15% da audiência. SEBRAE e WWF Brasil se destacaram como grandes influenciadores e mobilizadores. A única empresa privada cuja pauta do desenvolvimento sustentável teve importância foi o canal do banco Santander no YouTube.
Quem mais pauta o tema nas redes?
Os influenciadores com maior volume de mensagens sobre o assunto podem ser divididos da seguinte forma: 50% de órgãos governamentais ou intergovernamentais e 33% da imprensa. Ou seja, ONU, site da Câmara dos Deputados e sua respectiva agência de notícias, assim como Governo do Paraná, Assembleia Legislativa do Paraná se destacam. Entre a mídia, Gazeta do Povo, UOL e Globo.com são as mais relevantes.
A curiosidade fica por conta do site Reclame aqui, cujo papel é ser uma agregador de avaliações e reclamações sobre serviços e empresas. Um volume considerável de consumidores reclamou na plataforma sobre empresas que não atuam de forma sustentável e sobre cursos na área. O site Green Business Post, da empreendedora Lenah Sakai também teve considerável volume de postagens sobre sustentabilidade.
As perspectivas pro futuro
A falta de pessoas como participantes do debate ambiental no Brasil preocupa. Se no mundo há uma inspiradora Greta Thunberg, no Brasil a pauta ambiental se move institucionalmente. Isso pode ser uma explicação para a falta de empatia e comprometimento com a solução dos desastres que assolaram o Brasil em 2019.
Outro aspecto a ser considerado é que, com raras exceções, como o canal no YouTube do Santander, o setor privado não contribui para o debate nas redes. O que mostra uma falta de ação coletiva dos consumidores ao exigir das empresas uma contribuição maior para a causa ambiental.
A mobilização da sociedade ao redor do tema é imprescindível para que o mínimo possa começar a ser feito. Comoções pontuais não garantem uma política ambiental que proteja as paisagens brasileiras ao mesmo tempo em que beneficie as pessoas.
Por: Renata Vilela| Reconta Aí | 26 dez 2019.