Moda sustentável do Brasil atrai compradores da Europa

Distribuidores da França e da Alemanha participam da Rodada de Negócios da 2ª edição da BEFW – maior e mais importante semana de moda sustentável da América Latina.

O consultor da Première Vision – a maior feira têxtil de moda do mundo — está no Brasil para a Rodada de Negócios da 2ª edição da Brasil Eco Fashion Week, em São Paulo. Pascal Gautrand, da Made in Town, vem da França acompanhado da representante Sabine Alegria, da Tentation Bio, e da consultora Alice Beyer Schuch, da Cirkla Modo, da Alemanha.

Pascal Gautrand comparece como distribuidor. Ele está especialmente interessado em tecnologia e criação no setor têxtil e de vestuário e espera encontrar atores comprometidos com sustentabilidade. “Não apenas marcas e criadores, mas também produtores envolvidos na cadeia produtiva — desde a matéria-prima até o vestuário — e associações que participem do processo de fabricação e de promoção de produtos ecológicos”, diz.

Sabine Alegria é especializada em criação de fileiras orgânicas (estudo de mercado, organização de grupo de produtores , financiamento, compra e exportação), representação e distribuição internacional. Atuante no negócio da moda desde 2010, ela comenta as dificuldades do mercado de moda sustentável. “O consumo de alimento orgânico está desenvolvido. E o mercado têxtil sustentável, mesmo não sendo orgânico, também está. O problema é que tudo ainda é visto como caro. E não é. Portanto, o nosso trabalho é conscientizar as pessoas sobre o que é consumo sustentável”, diz. A visita da executiva da Tentation Bio à BEFW é motivada por conhecer novos produtos e técnicas artesanais do Brasil. Entre os 50 expositores, sua atenção inicial será para as marcas que usam o algodão colorido orgânico da Paraíba.

Da Alemanha vem a consultora Alice Beyer Schuch. Ela trabalha com moda circular e participa como porta-voz da moda sustentável do Brasil na Europa. Entre seus objetivos na BEFW está o de compartilhar as expectativas e desejos do mercado Alemão/Europeu para verificar possíveis caminhos de colaboração entre ambos, e identificar ofertas e demandas a serem exploradas. “A procura por sustentabilidade é assunto de alta relevância e constante crescimento na Europa. Cerca de 25% dos alemães, por exemplo, questionam critérios de sustentabilidade ao comprar roupas, sapatos e acessórios”, afirma.

Gautran, que também faz curadoria na área de moda e têxteis, esclarece como seu olhar identifica um produto com potencial comercial dentro do conceito de sustentabilidade para o mercado global. “A noção de design na moda é a mais importante. Nenhum consumidor quer usar uma peça de roupa se não for bonita, mesmo que seja ecológica. Portanto, estamos atentos aos produtos que possam criar desejo no consumidor”, diz.

Outro item é identidade de marca. Segundo o especialista, as expectativas dos consumidores de marcas de moda sustentáveis são para produtos simples, atemporais, básicos, clássicos e bem cortados e com detalhes agradáveis. Para a consultora Alice, além do design, a comunicação também é relevante. “É preciso saber narrar a história da marca e de cada item de forma encantadora, fazendo o cliente entender os benefícios gerados ao adquirir o mesmo — para ele, para a comunidade e para o meio ambiente onde esse produto foi desenvolvido”, indica.

Sabine ressalta que a moda brasileira ainda é percebida como produto exótico na Europa. Por isso, vale contar com a ajuda de distribuidores e consultores. “São eles que identificam se o produto é esteticamente adequado ao mercado internacional”. Para que o pequeno produtor viabilize sua sustentabilidade comercial trabalhando com moda autoral, a sugestão é que os criativos distribuam seus produtos com a sua própria marca, mas assegurando que são capazes de adaptar o design do produto às particularidades do mercado. Outra possibilidade é oferecer o seu know-how a serviço de marcas internacionais, neste caso, são elas que fornecerão o design.

Sobre o apoio da ABIT, programa de internacionalização e certificações

A comitiva da Europa participa do evento a convite da TexBrasil, da Associação Brasileira da Industria Têxtil e de Confecção – ABIT em parceria com a Apex-Brasil. O programa tem como objetivo fomentar a internacionalização da moda brasileira. O BEFW é uma importante plataforma para divulgar e enaltecer as marcas que estão fazendo moda sustentável produzida no Brasil. Valorizamos a produção responsável e queremos que isso seja mais reconhecido tanto no Brasil, como no exterior”, diz Rafael Cervone, diretor da ABIT. Ele revela que além da Rodada de Negócios na BEFW, os compradores vão cumprir uma agenda em São Paulo que inclui reuniões em algumas marcas do Texbrasil.

Para Cervone este é um momento positivo de transição em que a indústria está saindo de uma trajetória linear e caminhando a passos largos para uma circular, que representa o futuro. “Nesta os negócios são sistêmicos e os rejeitos de uma cadeia viram insumos para outras. Essa gestão reflete não só no meio ambiente e no impacto social, mas também é benéfica para a indústria como um todo, que acaba ganhando em eficiência”, explica.

Para ganhar o mercado, é preciso também estar munido de certificações que são ferramentas de apoio. FairWear, FairTrade, GOTS são apenas alguns selos comuns que orientam o cliente na hora da compra. Para ajudar as empresas a alcançarem estes selos, a ABIT montou a Consultoria em Sustentabilidade para garantir as qualificações necessárias. “Nossa meta é ter cada vez mais empresas atuantes no Programa e que atendam a essas exigências de mercado global”. Entre outras ações, ele cita o Tex Index Brasil – Índice de Sustentabilidade da Cadeia Têxtil e de Confecção – uma ferramenta que analisa a governança e a responsabilidade social e ambiental das empresas. “É por meio dessas informações que direcionamos um plano de ação, visando melhorias e adequações”, reforça.

“Esperamos que as empresas que caminham em direção à sustentabilidade se tornem mais competitivas e melhor preparadas para os desafios do mundo contemporâneo, principalmente porque terão operações mais eficientes, serão mais capazes de administrar os riscos e aproveitar as oportunidades aos quais estarão expostas”, conclui.

Fonte: Dino.

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Lenah Sakai

Fundadora e editora do Green Business Post, atua com sustentabilidade empresarial desde 2013. Se tornou vegetaria para combater a banalização da vida e adotou o minimalismo para o consumo consciente e foco em SER e FAZER em detrimento de TER e MANTER. Por considerar a geração de renda o melhor impacto social ao combater a pobreza e a criação de soluções da sociedade para a sociedade o impacto mais eficiente, contribuiu com a fundação do(a): movimento Cultura Empreendedora, holding de startups Ignitions inc., Angel Investors League, DIRIAS - 1ª associação de direito digital do Brasil e ABICANN - 1ª associação das indústrias de cannabis do Brasil.

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