50/50: O plano para salvar a vida na Terra

A prosperidade da natureza é fundamental para a vida na Terra. A comida que comemos, a água que bebemos, o ar que respiramos — são todos pilares da sobrevivência humana que dependem de uma série de interações de equilíbrio delicado com o mundo natural.

Mas esses sistemas estão sofrendo ataques dos seres humanos, gerando um desequilíbrio perigoso. O mundo natural está sendo ameaçado em todo o planeta: de pesticidas nas áreas rurais, passando pelo excesso de plástico nos nossos oceanos e chegando às serras elétricas na Amazônia.

Essa crise atingiu uma escala que ameaça tudo. A velocidade da extinção de espécies alcançou um patamar 1.000 vezes maior que o comum, e cientistas alertam que

dois terços da vida selvagem desaparecerão até 2020.

Assim como acontece com a mudança climática, existe agora uma preocupação crescente de chegarmos a um ponto crítico que pode causar o colapso de toda a natureza, ameaçando a sobrevivência humana.

Cientistas estão dando o sinal de alerta e propõem uma solução simples: o projeto 50/50 —

metade do planeta é poupada de atividades prejudiciais e a outra metade compartilhada com a natureza.

O resultado é um planeta onde a vida tem a chance de florescer.

O projeto 50/50 é o tipo de objetivo claro e ambicioso que inspira a todos — cidadãos, governos e negócios — a tomar as medidas necessárias para salvar a vida na Terra. E a chave para fazer isso acontecer será uma grande conferência das Nações Unidas na China marcada para outubro de 2020, onde governantes irão estabelecer novas medidas globais para proteger o planeta.

Chama-se Tratado Global pela Natureza1 — se o projeto 50/50 for o objetivo principal desse acordo, é possível restaurar a harmonia entre os seres humanos e o planeta Terra. Explicamos como:

Como protegemos metade do planeta? 

  • É possível — Só um pouco mais da metade do planeta é explorada por humanos— isso se refere às terras que deixaram de ser florestas para se tornarem fazendas, ou oceanos sendo usados para pesca industrial. Em primeiro lugar e mais importante, o projeto 50/50 é sobre deter e reverter essa tendência, dando mais espaço à natureza e às comunidades onde pessoas vivem em harmonia com ela — como muitos grupos indígenas pelo mundo.
  • É flexÍvel —  O projeto 50-50 não requer 50% de proteção para cada país mas sim para todo o mundo. 15% do planeta já está protegido, só devemos aumentar essas áreas!  Desenvolvendo o projeto, cientistas identificaram cerca de 850 regiões-chave para proteger no mundo inteiro.
  • É inclusivo— O plano não prevê cercar áreas protegidas e expulsar as pessoas das terras! O plano de proteção vai variar dependendo da localização da região, a riqueza de sua biodiversidade e seu papel em sistemas ecológicos maiores. Mas, para que a estratégia funcione, precisa ser desenvolvida com a ajuda dos que sabem mais: cientistas, comunidades locais e grupos indígenas. Por exemplo, algumas áreas de proteção marinhas devem continuar permitindo a pesca e o consumo de peixe pela população local —  contanto que não represente uma ameaça de esgotamento da fauna marinha.
  • É científico—  Proteger a metade do planeta Terra não é uma ideia nova —  muitos cientistas e especialistas em conservação concordam que é isso que o planeta precisa, mas existem modos diferentes de chegar a esse objetivo. 
    • Um estudo concluiu que para que a natureza prospere,  25 a 75 por cento de áreas naturais precisarão de proteção contra atividades destrutivas3.  
    • A ideia está sendo defendida por um dos biólogos mais renomados do mundo, EO Wilson. Ele acabou de lançar um livro chamado “Half Earth: the struggle to save the rest of life” (Metade da Terra: a luta por salvar o resto da vida).
    • A União Internacional para Conservação da Natureza, o maior órgão de conservação do mundo, endossou a proteção de metade do planeta e que o resto seja administrado de maneira 100% sustentável.
  • É global —  A natureza não entende as fronteiras feitas por humanos e esse projeto também não. O Tratado Global pela Natureza deve ser feito de maneira a encorajar os governos a desenvolver Planos De Ação Natural Nacionais. Esses planos devem criam as mudanças de política necessárias para transformar nosso comportamento econômico, nos distanciando da destruição da natureza. E dado que a maior parte do que resta da biodiversidade está no hemisfério sul, um acordo poderia estabelecer um Fundo Natural que ajude países mais pobres a atingir seus objetivos.
  • É sustentável —  Cientistas especialistas em conservação demonstraram que só conservando a metade do planeta seremos capazes de alimentar as pessoas e ter recursos de água adequados para a população humana em constante crescimento4.E um relatório EAT recente da Comissão Lancet mostrou como as necessidades da agricultura podem andar de mãos dadas com a proteção da metade da Terra.
  • É popular —  Milhões de pessoas em todo o mundo estão incluindo seus nomes na petição da Avaaz colocar metade do planeta sob proteção ambiental. Inclua o seu aqui: https://secure.avaaz.org/avaaz_natureza 

Notas de rodapé:
1 – Scientists call for Paris style agreement to save life on earth (The Guardian) https://www.theguardian.com/environment/radical-conservation/2018/jun/28/scientists-call-for-a-paris-style-agreement-to-save-life-on-earth
2 – Half the world’s ecosystems at risk from habitat loss (the Conversation) https://theconversation.com/half-the-worlds-ecosystems-at-risk-from-habitat-loss-and-australia-is-one-of-the-worst-64663
3 – Nature needs half: A necessary and hopeful new agenda for protected areas (Locke) https://cmsdata.iucn.org/downloads/parks_19_2_locke.pdf
4 – Andrew Balmford FRS, Professor of Conservation Science, Conservation Science Group, Department of Zoology, University of Cambridge, How to Spare Half a Planet, Space for Nature Symposium, 28 Feb, 2018: https://www.zsl.org/sites/default/files/media/2018-02/Full%20Programme%20with%20talk%20abstracts%20-%20Space%20for%20Nature%20Symposium.pdf

Fonte: Avaaz.

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Lenah Sakai

Fundadora e editora do Green Business Post, atua com sustentabilidade empresarial desde 2013. Se tornou vegetaria para combater a banalização da vida e adotou o minimalismo para o consumo consciente e foco em SER e FAZER em detrimento de TER e MANTER. Por considerar a geração de renda o melhor impacto social ao combater a pobreza e a criação de soluções da sociedade para a sociedade o impacto mais eficiente, contribuiu com a fundação do(a): movimento Cultura Empreendedora, holding de startups Ignitions inc., Angel Investors League, DIRIAS - 1ª associação de direito digital do Brasil e ABICANN - 1ª associação das indústrias de cannabis do Brasil.

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